O último poema - Homenagem ao Poeta Manoel de Barros

O menino envelheceu, a vida tem asas. O cerrado chorou, os anjos sorriram. Mato Grosso emudeceu, o mito virou saudade.

O escriba foi transformado em nome, o poeta agora é pássaro. Manoel de Barros no céu, Yara chorando seu filho.

A mediocridade na terra, as lágrimas do silêncio no sapo. O poeta encantado na pedra, um curumim alado recitando poemas.

A insignificância virando luz, o peixo no bolso, dizendo: "adeus".

O Pantanal coroando seus heróis, a lucidez abraçando Deus. Um ateu na contradição do logos, o centenário morando com as estrelas.

A voz profética jorrando poemas, a liberdade eternizando Manoel, um sonhador do nada, o seu tudo, invadindo para sempre a nossa alma.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 20/02/2015
Código do texto: T5144169
Classificação de conteúdo: seguro