Três Poeminhas para o amigo André Martins
I
Ele não faz poesias.
Poesia é perder tempo
Poesia é não ter o que fazer.
.
E ele pensa:
Há tanto ainda o que fazer
E há ainda wisk
E há tantas fotografias na estante
de tudo mais, inclusive eu, estar;
E há ainda o velho acorde,
Distante e repisado acorde...
Com que bajulavam
minha meninice
E meus mais caros sonhos de amor...
“Acorda, amor!”
Poesia: não tenho onde por.
II
Ele não faz
idéia
Ele não faz
A mínima questão
Traga a tragédia humana
Embriaga a noite arrogante
Lança olhares espúrios
sem sentido e cheios de contramão.
“Traga-me o mundo
que não sei mais
como
-ver”
!
Colhe flores rotas
Lambe o chão
Ele faz de tudo um pouco:
Poesia,
Não
III
Longe
sem cor,
sem chão ou paz
nem desconfia
que tudo tanto faz
longe
a canção
bem mais
que fatal
repousa num
onde-aqui-tudo-jazz
onde
aqui
não se faz
mais
poesias.