JOÃO MIZAEL DE LIMA
“No crepúsculo do dia e da vida
segue pela rua a cumprimentar
a todas as pessoas queridas
que com ele vierem falar.
As crianças tomam-lhe a bênção
pois o respeitam como a um tio.
Responde de coração.
_ Deus abençoe meu filho!
Se lhe perguntam a idade
Oitenta responderá.
Desde que eu era criança
A mesma resposta ele dá.”
Morreu com mais de cem anos
a certidão estava errada
mas na memória estava escrito
que era cento e cacetadas...
Ele que nunca foi letrado
Pois nunca pode estudar
Teve seu nome gravado
Numa rua de seu lugar.
Ironia ou um presente?
Endereço de uma escola,
Traz gravada para sempre
Seu nome pra sua glória.
Dizem que ele tocava tambor
em honra a São Benedito,
As crianças corriam atrás dele
alegres, dançando, aos gritos.
A festa de Congo daqui
era de fato um louvor.
todo ano ele tocava,
Fazia isto com muito amor
E na sua banda de congo
com seu instrumento a mão
honrou o santo e a Deus
com respeito e devoção.
Tem gente maluca que diz
que a cor da pele é mais importante.
Pois eu garanto que foi feliz
aquele pretinho saltitante!!
Trabalhou e foi honesto
cumprindo o seu dever
por isso hoje eu protesto
se alguém o desmerecer.
Para todos, em todo tempo,
e quando aqui ele viveu,
se seguiram seus exemplos
devem-lhe os louvores a Deus.
João Mizael de Lima
Com todo o meu respeito
sei que agora está lá em cima
junto a Jesus tem seu leito.