AUGUSTO, ANJO POÉTICO
De monera a vulto inexorável
Augusto poeta inconformado
Lança-se ao mundo atordoado
Um “mau- gosto” inexplicável.
Verme, cadáveres e morcego
São fortes marcas de seus feitos
"Na crueldade inorgânica da terra".
O que outros jamais fizera
Mostra-se como louco da vez
Mente de grande fascínio
Apocalíptico também refez
Nas palavras, versos e estilo.
Desde menino no engenho de seus pais,
Apresentou-se doente,
Embora ironicamente
Seu cognitivo fosse maior
Abre-se lascivo ao cientificismo,
Niilismo e ceticismo arrogante
Ignorando Deus a todo instante
Como matéria pútrida
Feita de "carbono e amoníaco"
Que na terra degenera
Em simples matéria
Que rasga-se na ingrata dor.
Anne Lima- homenagem ao centenário de Augusto dos Anjos- 12/11/2014, meu poeta favorito.