AUGUSTO, ANJO POÉTICO

De monera a vulto inexorável

Augusto poeta inconformado

Lança-se ao mundo atordoado

Um “mau- gosto” inexplicável.

Verme, cadáveres e morcego

São fortes marcas de seus feitos

"Na crueldade inorgânica da terra".

O que outros jamais fizera

Mostra-se como louco da vez

Mente de grande fascínio

Apocalíptico também refez

Nas palavras, versos e estilo.

Desde menino no engenho de seus pais,

Apresentou-se doente,

Embora ironicamente

Seu cognitivo fosse maior

Abre-se lascivo ao cientificismo,

Niilismo e ceticismo arrogante

Ignorando Deus a todo instante

Como matéria pútrida

Feita de "carbono e amoníaco"

Que na terra degenera

Em simples matéria

Que rasga-se na ingrata dor.

Anne Lima- homenagem ao centenário de Augusto dos Anjos- 12/11/2014, meu poeta favorito.

Anne Lima
Enviado por Anne Lima em 12/11/2014
Código do texto: T5031987
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.