Foto: Lita Passos

TRIBUTO AO POETA LUCIANO PASSOS



Sua vida foi intensa e fugaz
como magia rutilante de um cometa
que passa ofuscando estrelas.

Em voo prematuro, depois de tanto brilho,
partiu apressado para iluminar outros céus
a milhares de anos-luz distantes.

Sua poesia foi um vulcão explosivo
a espargir sonhos e cores vívidos
quais pétalas de luz em noite escura.

Os seus versos reviveram sagas,
quebraram algemas, desvendaram mistérios
lavaram almas e celebraram amores.

Amores que o primeiro descobrimos
em encontros furtivos de adolescentes
codificados na paz do Campo Limpo.

Ah, recordações indeléveis
de alfa e beta, as irmãs amadas,
sempre lembradas em ébrias madrugadas...

A sua partida, no "cavalo estrelado",
deixou-nos apeados e tristonhos;
ficaram a flor de luz de "corpo aceso"

eclodida de um "casulo de vidro"
e a magia da "língua bailarina"
a consolar a "santa cruz dos laranjais".

Muito mais que "imagens do silêncio"
são tributo aos suspiros e delírios
desse obreiro de versos e sonhos.


Em 4 de maio de 2007

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Nota: as palavras aspeadas referem-se a títulos de livros do poeta.