REDOMA D’AMOR

A cada curva

Deste caminho que segues

Há uma fonte

E em cada fonte

Há um guardião que chora

Sob o embuço da tristeza,

Que se alojou em seu peito,

Ao ver que passas tão distante,

Privando-o da satisfação gostosa,

De ver teus lábios sorvendo

O precioso néctar que produz a vida,

Rompendo assim o encanto dos deuses,

Que escravizam a alma.

A cada etapa

Desta vereda espinhosa

Há um telheiro

E sob o telheiro

Há uma esteira aquecida

Sobre um leito de plumas,

Que arrumou um campeiro,

Na esperança que desejes deitar-te

Aos olhos de quem te quer

Repousando tranqüila

Após esta jornada enfadonha,

Que te impingiu os demônios,

Que obstruem as vielas da vida.

A cada canto

Desta tua longa vida

Há um encanto

E para cada encanto

Há um canto que ecoa

E traz enigmas indecifráveis,

Que sob formas variadas

Confundem-se,

Confunde-nos a todos

E na confusão nunca percebes,

Sempre um par de olhos que espreita

Na esperança de ver de teus lábios

Aquele desabrochar deslumbrante

De teu sorriso gostoso e sincero

Que provocará para sempre,

A todos,

Deuses e demônios.

(Reconversas)

À quem na juventude ancorava na paixão!