Para Quintana com carinho

Pelas noites de gastas calçadas

Navegas no frescor dos cataventos

Desvendas teus mistérios em madrugadas, poeta

Nau quintânia de solitários pensamentos.

Quando leem teus versos em páginas desenhadas

Sorriem crianças

Suspiram todas as namoradas

Sempre é tarde

E insólita é a tua estada.

Por ti

Anjos se desviam do caminho

No pousar das tuas pegadas

Anjos de riso frouxo

Com cabelos de cachinho...

E uma música encobre a cidade

Anunciando o teu passamento

Há um lamentar que não cala

Nos sótãos, nas esquinas, nos conventos.

E quando os pássaros voltarem aos seus ninhos

Dormirás – tranquilo – poeta

No lago azul do firmamento

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 30/09/2014
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