Para Quintana com carinho
Pelas noites de gastas calçadas
Navegas no frescor dos cataventos
Desvendas teus mistérios em madrugadas, poeta
Nau quintânia de solitários pensamentos.
Quando leem teus versos em páginas desenhadas
Sorriem crianças
Suspiram todas as namoradas
Sempre é tarde
E insólita é a tua estada.
Por ti
Anjos se desviam do caminho
No pousar das tuas pegadas
Anjos de riso frouxo
Com cabelos de cachinho...
E uma música encobre a cidade
Anunciando o teu passamento
Há um lamentar que não cala
Nos sótãos, nas esquinas, nos conventos.
E quando os pássaros voltarem aos seus ninhos
Dormirás – tranquilo – poeta
No lago azul do firmamento