Areias Brancas

Areias brancas

Recordo o deserto de areia branca

Abraçada pela brisa e beijos do mar.

Aí viveu população de índole franca

Que em suor e lágrimas haviam de lutar.

Assim se forjaram as fortes gerações

Que na terra e mar queriam vencer.

Com a vontade gerada nos corações

E na dor, fizeram suas obras nascer.

Assim nasceu Moçâmedes do Namibe

Num esforço heroico duma população.

Que por essa epopeia ao mundo inibe

Que seja evocada sem consideração.

Foram tempos em que vidas, foram

Privadas de bem-estar e segurança.

Pessoas humildes e mal instaladas

Sobreviveram com fé e esperança.

Nasce nas desérticas areias quentes ,

As gimnospérmicas Welvitschias mirabilis.

Com suas largas folhas, quais serpentes

Com sua baça cor, em escuro verde bílis.

Esta exótica, resistente e rara planta

Simboliza a persistente comunidade.

De gente honrada com fé e temperança

Que enfrentou a vida, com tenacidade.

É a minha singela e devida homenagem

Ao bom povo humilde, do Sul de Angola.

Que com orgulho canto sua bela imagem

Por tudo o que aí realizou, sem revolta.

Faro, 28 Setembro 2014

gmarques

Gualberto Marques
Enviado por Gualberto Marques em 27/09/2014
Reeditado em 28/09/2014
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