Aos velhinhos...
Ao despertar da aurora de mais um dia,
Sentem na pele o pulsar de um alvorecer,
Cheio de venturas e de de pouca maestria,
Das muitas coisas que já puderam fazer.
Pulsam seus peitos, irreverentes, de alegrias juvenis,
Mas não se comparam aos de quando eram crianças.
Porque hoje podem pulsar, mas de formas tão vis,
Pois já pesam sobre eles seus anos de andanças.
Em um centro de convivência de idosos,
Juntos conseguem se divertir e sorrir.
Rompem cada aurora esperançosos,
Vivem melhor do que poderiam pedir.
E a cada dia vivido tem a única certeza,
De que algum dia um amigo verão partir.
Mas sabem que são a eterna beleza,
A magia de saber se cuidar, pra viver e sorrir.
E com certeza no céu, estando com Jesus
Terão um centro de convivência como este.
Onde os amigos que partiram e estão na luz,
Darão abraços e serão felizes no campo celeste
Vida que pulsa em um corpo definhado,
Que anda, come e dança, mas modo breve,
Ainda teima em fazer tudo e não ficar parado,
Pois tem corpo de velho em alma bem serelepe.
Rebeldes não aceitam que seus corpos não devem
Fazer os mesmos esforços que já fizeram no passado,
E a cada vitória conseguida fazem a Deus uma prece:
Rogando que seus corpos que já andam cansados,
Possam fazer tudo e fazendo, a todos enternecem,
E partir para o céu de modo bem abreviado.
Com sabedoria seguem vivendo a partilhar amor,
E assim no centro dos velhinhos vão convivendo,
Ensinando e aprendendo a conviver até com a dor.
Atendendo ao pedido de Lia Lima.
Nilma Rosa.