O OLHAR QUE JAMAIS SERÁ ESQUECIDO

Já não há mais curvas para derrapar.

Para sair de si, para sair de cena.

Nem muros: burros, duros, assassinos...

Que não se possa derrubar.

Já não há mais voltas de apresentação,

Aquecimento...nem o balé nas pistas.

Agora nos olhos, há apenas o correr das lágrimas.

E Um desejo incontido de chorar.

Já não há mais o roncar do motor

Nem o bater do coração:

Apressado, descompassado...

Pronto para, junto com ele, acelerar.

Já não há mais a emoção no grito

Do “Bueno” amigo que antes se ouviu.

Mas existe a certeza de que o ar e o tom

Continuam sendo a cena mais linda do Brasil.

Nas mágicas manhãs, tardes, madrugadas...

O vento que soprou – e foi sentido!

Estrela que agora brilha no céu.

A lágrima que não deu para conter...

O momento de introspecção, oração...

O olhar que jamais será esquecido!

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 19/05/2007
Reeditado em 19/05/2007
Código do texto: T492856