O menino podre e seus diabos

Ele fecha a porta , o claro do dia não penetra mais sua alma

O quarto úmido o deixa gelado e com frio, tranca seu sorriso.

13:35 da tarde e seu caderno em branco, jogado na sala

Nos rodapés tem lodo, e no banheiro cacos de vidro

Nenhum pensamento bom ,consegue tira-lo de sua masmorra escura

Parece até que o dia lá fora, trás consigo granadas nas mãos

Com o cabo da vassoura ele segura a porta ,e ninguém o escuta

Ele chora sempre , e respira o ar que vem de fora, pelos vãos.

A noite se escuta as paredes conversarem com ele

Rangem para ele, e choram com ele a madrugada inteira

As paredes não sentem o cheiro da sua pele

Tampouco caçoam de seus dentes podres e sua tremedeira

Permanecem estáticas e impenetráveis , como trancas e cadeados

Nada entra em sua casa a muito tempo

Nem deus e as tantas moscas que o rodeiam, quando estão deitados

O menino podre e seus diabos.

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 18/08/2014
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