Amigo de espinho
O porco-espinho evita gente
Muito mais do que é evitado
Com seu temperamento quente
O coração sempre apertado
Mistura, com fios de treva
Mágoa, culpa, dor e leva
Como um escudo improvisado
Até o amigo, intrometido
Chegar sem fazer ruído
Juntar, de guarda baixa
Com uma metade que encaixa
O coração do irmão perdido.
Agradeço a Deus por esses amigos que vem quando a gente precisa.
Agradeço também pelos que não vem.
Não posso esquecer, é claro, daqueles que sempre vinham, mas que não virão mais, por força maior, que dói demais.