ANIVERSÁRIO DE CHINA
À minha esposa,
Teresinha Maria de Souza.
Te saúdo, ó prenda bendita
em meu rústico adereço,
já sei que muito padeço
ao andar em plaga perdida,
sofrendo em luta aguerrida
distante do chimarrão,
peço a Deus te dar benção
e muitos anos de vida...
No jardim da tua existência
hoje colhes outra flor,
com sinceridade e ardor
com carinho e devoção,
deste triste coração
que dedico-te estes versos
magotes que vão dispersos
manuseados na oração.
Te garanto chinoquita
para te ser bem sincero,
que até mesmo o quero-quero
esse sentinela atento,
hoje trança outro tento
nos anais de tua vida,
que ela seja bem comprida
se aproxime ao firmamento...
Feliz eu vejo a tua mente
estampada em alegria,
é graça da Virgem Maria
primeira prenda do céu,
que estendeu-te o Santo Véu
numa menção repentina,
e entoou Canção Divina
em prece sem escarcéu.
Eu sinto neste teu olhar
trigueiro, meigo e risonho,
um mundão sem fim de sonho
dum coração solitário,
que busca no índio lendário
um rancho para pousada,
pois desejas ser amada
ter um rancho relicário...
Chinoca, eu pedi pra Deus
para ser bueno contigo,
e que te dê sempre o abrigo
deste meu poncho gaudério,
que te dê por refrigério
vento xucro da querência,
que te dê por penitência
amar o Rio Grande Etério.