ANIVERSÁRIO DE CHINA

À minha esposa,

Teresinha Maria de Souza.

Te saúdo, ó prenda bendita

em meu rústico adereço,

já sei que muito padeço

ao andar em plaga perdida,

sofrendo em luta aguerrida

distante do chimarrão,

peço a Deus te dar benção

e muitos anos de vida...

No jardim da tua existência

hoje colhes outra flor,

com sinceridade e ardor

com carinho e devoção,

deste triste coração

que dedico-te estes versos

magotes que vão dispersos

manuseados na oração.

Te garanto chinoquita

para te ser bem sincero,

que até mesmo o quero-quero

esse sentinela atento,

hoje trança outro tento

nos anais de tua vida,

que ela seja bem comprida

se aproxime ao firmamento...

Feliz eu vejo a tua mente

estampada em alegria,

é graça da Virgem Maria

primeira prenda do céu,

que estendeu-te o Santo Véu

numa menção repentina,

e entoou Canção Divina

em prece sem escarcéu.

Eu sinto neste teu olhar

trigueiro, meigo e risonho,

um mundão sem fim de sonho

dum coração solitário,

que busca no índio lendário

um rancho para pousada,

pois desejas ser amada

ter um rancho relicário...

Chinoca, eu pedi pra Deus

para ser bueno contigo,

e que te dê sempre o abrigo

deste meu poncho gaudério,

que te dê por refrigério

vento xucro da querência,

que te dê por penitência

amar o Rio Grande Etério.

Tapejara Vacariano
Enviado por Tapejara Vacariano em 05/08/2014
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