ZÉ BEZERRA, mim responde, Pueta Prateado!
Mim passa uma informação
Se aí no Piauí, inxiste ainda
O Coroné Migué Feitosa
Faiz mais de cinqüenta ano
Qui num vejo este sinhô
A sua mulé, Sinhá Maria, santa Maria
Num sei se ele era só prosa
Ou se era era só puisia!
Siria o protetô d’um bom rapais
Qui dexô a sua terra
Em busca da pirdida paiz
Era inucente e temente a Deus
Acusado d’um crime que num era seu!
“Meu filho, assuba para o Piauí
Me intregui esta carta
Ao Coroné Migué Feitosa”
É só do que mim alembro
Do cordé do Medeiro
Mas ele pur inteiro, agora
Só buscando na mimóra!
A estóra acuntece no presente
Inté agora, pode acunticê
E chega a óra da Justiça atuá
Quem cometeu, nunca pagô
Nem vai pagá
Mió é esperá justiça do céu
Do Juiz, do nosso Pai qui é Deus!
Mim aguardi pur aí
Vou tirá isso a limpo
Mas devo te encontrá
Pra umas estóra contá-ou cantá?
Melhor cuntê o sono
Terei muito a perguntá!
Quero sabê se o Piauí
Ainda, istá na vanguarda
Uns bons artífis, tinha por aí
E bons patifis, tumbém
Mas essa num é a óra
Falemos só de homes de bem!
Meu Pueta Prateado
Inté mais vê
Chegô a minha hora, vou mim embora
Meu computadô, furô
Istô na mão dum cabra
Pagando uns bom reals
Tô Maus! Aqui num vorto mais!
Pueta, se pudé, venha pra cá
Brasíla é terra de gente unesta
Num pricisa acreditá!...
Tem desunesta tumbém, im Brasíla
Mais pur aqui, tem gente qui ainda bria!,
Sobradinho-Df, 15-05-07