Áurea Solar

O Sol brilha quente,

Lisonjeador e afortunado,

Aquece as almas doridas,

Afaga-nos o corpo desnudado.

Ente querido criador,

Dás esperanças esperançado,

Às vidas que permitiste gerar,

Deambulando sob alçado.

Pela Terra a quem poupaste,

Ser teu regaço de chamas,

Agora esventrada à dor atroz,

Lancinante em voraz agonia.

Decalcada de almas sós,

Embriagadas com mil quimeras,

Voláteis sentimentalistas,

Vagueiam proscritas e infames.

Rogamos-te ó Sol,

Carrasco de primogénitos,

Tal como outrora precioso,

Ergamos as mãos ao alto.

Em uníssono suplicamos,

A luz da tua indulgência,

Apaziguadora e terna,

Sobre os nossos corações.

Frios e cansados,

Há muito quebrados,

Ansiosos pela fulgura,

De estrela mãe tão pura.

Lx, 3-10-2008

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 23/06/2014
Código do texto: T4856044
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