Áurea Solar
O Sol brilha quente,
Lisonjeador e afortunado,
Aquece as almas doridas,
Afaga-nos o corpo desnudado.
Ente querido criador,
Dás esperanças esperançado,
Às vidas que permitiste gerar,
Deambulando sob alçado.
Pela Terra a quem poupaste,
Ser teu regaço de chamas,
Agora esventrada à dor atroz,
Lancinante em voraz agonia.
Decalcada de almas sós,
Embriagadas com mil quimeras,
Voláteis sentimentalistas,
Vagueiam proscritas e infames.
Rogamos-te ó Sol,
Carrasco de primogénitos,
Tal como outrora precioso,
Ergamos as mãos ao alto.
Em uníssono suplicamos,
A luz da tua indulgência,
Apaziguadora e terna,
Sobre os nossos corações.
Frios e cansados,
Há muito quebrados,
Ansiosos pela fulgura,
De estrela mãe tão pura.
Lx, 3-10-2008