Quando Edna fala, eu calo!!!
Quando Edna fala, eu calo.
Eu professor que tenho a pretensão de ensinar.
Propensão a ordenar e mandar.
Autoridade dada pelo estado, por meio de um ato.
Quando Edna fala, eu calo.
Reflito no silêncio o grito de Eduardos, Normas e Flávias.
Na ignorância de pensar que posso ensinar
Ensinar a quem já aprendeu com a vida, com os calos.
Quando Edna fala, eu calo.
A angústia me mata, me maltrata;
Eu professor que apenas professa... Palavras sem trato;
Sem histórias, sem compreender o que Edna fala.
Quando Edna fala, eu calo;
Calo, pois dar aula é fácil, muito fácil
O difícil mesmo é ser Norma, Elaine, Eduardo.
Quando Edna fala, eu calo... Para ouvir a voz;
De homens, mulheres que estudam e trabalham...
Que fazem histórias, de lutas e de batalhas;
De pessoas que são funcionários de escola.