O ônibus passou (tolo daquele que não desceu).
O ônibus passou e a vontade foi de descer
E parar na frente do teu portão
Mesmo sem saber o teu número
Vontade de estar ali mesmo sem muito entender
Apenas aguardando um passo
De um acaso todo armado
Pensando em que desculpa eu daria
Quando você me visse ali
Pensei em te dizer qualquer besteira:
Elefantes invisíveis
amarrados em minhas mãos, me trouxeram
Ou, que belo é esse verde do teu portão
Juro que está tudo bem
Tirando a vontade de repetir teu beijo
Sorvendo-o feito um sorvete
De um canto ao outro de tua boca
Acabei por ficar nessa de pensar
E imaginar, todas essas besteiras
Enquanto o ônibus passou
Eu não desci e com ele fui, cheio de saudade.