Dedicatória: Usei palavras caboclas para dedicar este poema ao meu Poetamigo Nilson Mesquita (foto) a quem chamo de “Cabôco Nirso”. Os erros nas palavras são justificados pela forma simples do linguajar caboclo.


Ao Caboco Nirso
Espero que ocês não arreparem meus modo
Pego um lápis para escrever pelas ilhargas do papel
Um pequeno zolhudo me aprecia
Outro parrudinho
Diz que quer subir no pé de coité
A merenda tá quase pronta
É muqueca de peixe com farinha d’água
Que os cabôco chamam de quebra jejum
O bichim isfrega os zói
E diz querê ajudar a alimpar as tripa do boi
Pra depois cumer assada
A dona da casa já meio idosa
Prefere cumer galinha de mura com fejão
Hêm-hêm!
É pela ai mermo
O cachorrim tá coxo de uma perna
Não pode iscruvitiar pelo terrêro
Ulha o passarim de assa quebrada!
O sumano tá só mancuricando o jeito da morena
Égua!
Que porra é essa?
Inté parece que num sobrô nada pra ninguém
A galinha poedêra
Deita sobre o indez
Logo vai dar uma boa ninhada
Falar o caboquez é tarefa fácil pra mim
Que sou cabôco da gema e das brenha
Intom-se vamu lá com mais rima
Tô insussegado
Andano de riba pra baxo
Correno de baxo pra riba
Tô careceno me aquetá
Porque tô pareceno galinha do primeiro ovo.
Paulo Vasconcellos
Enviado por Paulo Vasconcellos em 04/04/2014
Código do texto: T4756068
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.