Estátua e lágrimas

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Sozinho,

quis conversar com tua estátua.

Debrucei-me sobre ti.

Indiferente, mantiveste o silêncio.

Afinal,

que importância teria o teu silenciar?

O mundo não me escuta;

as pessoas não me enxergam;

na minha casa não sou visto...

Senti minha mão sobre a tua mão.

O teu sentar, esboçando parcimônia,

serviu-me plenamente:

cabisbaixo, chorei.

Ninguém viu nem daria importância.

O xadrez da minha blusa carcomida,

entretanto,

pareceu desfigurar-se.

Entre o teu semblante, protegido por lentes,

meus braços e os teus braços,

havia esperança.

Retratada no livro, seguro entre teus dedos,

estava a nova história que surgiria,

dentro de mim, de mim para o mundo,

revelando que lágrimas, ao sagrarem,

criam enredos fantásticos...

Quando lidas.

Iguatu-CE, 25 de março de 2014.

21h08min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 26/03/2014
Reeditado em 08/10/2021
Código do texto: T4744226
Classificação de conteúdo: seguro
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