ADMIRAÇÃO À VELHICE
Da velhice, admiro a mansidão
O olhar parado pronto pra receber
O perscrutar sempre respeitoso
A ausência de contestação
O cuidado com as palavras
A modulação da fala sem pontas
A linguagem do sorriso brando
Que vem do fundo do coração
Há poesia em seus rostos de paisagem
Sulcada pela vida e alguma candura
Caricias se escondem
No tremor de suas mãos
Há também poesias em seus olhos
Que disfarçam, mas falam, gritam
Imploram, suplicam
Centelhas de aceitação!