PALHAÇOS
Já fui palhaço no palco de uma sala de espetáculos,
Entreguei-me ao papel com convicção e dedicação,
Era jovem, vivia de sonhos, senti muita admiração,
De quantos assistiram aos quadros representados.
Fiquei assim para sempre fiel amigo dos palhaços,
Por serem figuras frágeis, de muita personalidade,
Mostrando nos palcos e circos, a sua graciosidade,
Ao representarem a vida dos humanos, caricatos.
Hoje continuo a ser palhaço, no palco da minha vida,
Que me foi imposto pela terrível sociedade hipócrita,
Para quem represento, contrariado e com acrescida
Revolta, por não poder combater a malévola afronta.
Resta a consolação de ser palhaço com dignidade,
Continuando a fazer o papel que me foi atribuído,
Quero continuar a representar com boa qualidade,
Por respeito pelo espectador que me tem seguido.
Ruy Serrano, 10.03.2014, às 15:00 H