A quem tentou ao passado calar
A quem tentou ao passado calar
É, sim, preciso que vomites,
que grites, trovejes
e que chovas às lágrimas;
Que clames, reclames e que exume
o triste e injusto passado de lástima;
Que desvende os olhos ao presente que existe
e aos presentes que, nele, a tudo assistem...
É, sim, necessário o dedo na ferida
pra vida da alma, pra cura da vida,
Pões fim nesse exílio em si mesmo, urgente,
para que sepultes as insanas mentiras
e que venham à tona as verdades
que durante anos estiveram ausentes.
Que mostres pungente
a dor que remói em tua mente
e que em teu peito ainda mora...
Afloras a coragem
e expulsas da alma a bagagem de lixo,
o medo que te assola.
Expões tua agonia;
Rasgas tua poesia
que é tua arte, tua cria,
a tua vida crua,
tua verdade nua, que é jura e vitória...
E fazes valer a labuta,
a luta, a glória e a história,
mesmo que pra ti pareça ter sentido
um presente abafado
e um passado escondido
numa absurda inglória.
Beto Acioli
01/03/2014
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