ANGÚSTIA

Para Niquinho, amigo de boteco.

Jaz aqui minh ‘alma desconsolada

Cujo corpo frágil partiu-se em muitos,

Cujo corpo partiu-se para sempre.

Jazo eu aqui, sem corpo e sem alma.

No contundente silêncio da morte

Jazem insepultos os pensamentos,

As flores semeadas pelo vento

E os vermes espertos comendo a carne.

No momento preciso foi-se a vida,

Carregando dentro dela os sonhos,

As esperanças bobas e as angústias.

Foi-se após um longo tempo de dor.

Sofrimento, deixai a morte em paz!