Á Minha Vó
Branquinha
Branquinha
Ali estava a mais bela anciã,
sentada a um canto a fazer o seu crochê
Um casaquinho, ou um sapato de lã,
para os netinhos era o seu maior prazer!
Inda me lembro dos meus tempos de criança
Depois da janta ao seu lado nos assentávamos,
Esse episódio não me sai mais da lembrança,
Suas HISTÓRIAS e ESTÓRIAS nos contava!
Eramos oito pequeninos sempre atentos,
com os olhinhos saltitantes de emoção,
A escutar as mais lindas historias,
e no final nos ensinar uma canção!
Canção de amor e louvor ao nosso Deus,
o mesmo Deus que fez a Terra e o mar,
Que fez a luz, que fez o Céu também nos fez,
a esse Deus ela nos ensinou a amar!
De vez em quando nos olhava sobre os óculos,
e ralhava ao notar-nos distraídos
Empurrando, beliscando uns aos outros,
na inquietação só das crianças bem traquinas!
Enquanto isso, lá fora o frio insuportável,
nossa casa pobre porém, aconchegante,
a cada história que a vó Branquinha nos contava,
íamos vivendo princesas, duques, Fadas, gigantes!
O tempo passou e de vagar fomos crescendo,
fomos casando e formando nossos tetos,
e a vó Branquinha continuava nos fazendo,
os casaquinhos e sapatinhos pros bisnetos!
E ao visitarmos a casa paterna,
envolta em seu chale a vó Branquinha
sempre estava, tricotando, crochetando,
costurando, e sentíamos que ela se alegrava!
Mas um dia a morte arrebatou-a,
e roubou quem nos incutiu a fé,
e hoje choro ao lembrá-la tão ausente
tenho esperança de encontrá-la lá no Céu!
Depois conforto-me com esse pensamento,
“onde ela está sei que deve estar feliz,
já não tricota e nem conta as histórias,
perante Deus descansa em paz a Bíblia diz!
