EM BUSCA DE UM AFAGO
Hoje estou sensível
Como a superfície de uma poça d’água
Em um canto do passeio público
Como a pele de um pêssego maduro jogado
Entre restos de frutas na feira
Como uma criança que quebrou seu único
E inseparável brinquedo
Por que me sinto assim?
Porque alguém que amo muito
Não está aqui comigo
Foi embora
Levada pelas oportunidades da vida
Roubada de mim
Pelos sonhos de vitórias
Arrancada do meu convívio pela
Certeza do amanhã
Ficou a saudade
Dorida
Impregnada de tristeza
Tristeza de falta de um afago
Saudades que não mata
Porque ser matasse
Eu não estaria fazendo esse poema
Não mata
Mas vai destruindo minhas forças
Envelhecendo meu coração de poeta
Não estou infeliz
Só sensível
Saudoso
De braços abertos
E o coração pedindo colo...
...para a minha filha Carol