EM BUSCA DE UM AFAGO

Hoje estou sensível

Como a superfície de uma poça d’água

Em um canto do passeio público

Como a pele de um pêssego maduro jogado

Entre restos de frutas na feira

Como uma criança que quebrou seu único

E inseparável brinquedo

Por que me sinto assim?

Porque alguém que amo muito

Não está aqui comigo

Foi embora

Levada pelas oportunidades da vida

Roubada de mim

Pelos sonhos de vitórias

Arrancada do meu convívio pela

Certeza do amanhã

Ficou a saudade

Dorida

Impregnada de tristeza

Tristeza de falta de um afago

Saudades que não mata

Porque ser matasse

Eu não estaria fazendo esse poema

Não mata

Mas vai destruindo minhas forças

Envelhecendo meu coração de poeta

Não estou infeliz

Só sensível

Saudoso

De braços abertos

E o coração pedindo colo...

...para a minha filha Carol

Joban
Enviado por Joban em 25/04/2007
Código do texto: T464141