O regresso do Copo Sujo
"A expectativa em retornar
à cidade em que nasceu,
cresceu e saiu
para buscar o mundo
pois Colatina não lhe cabia mais
e ainda menino, lá se foi o Copo Sujo,
que ao Rio de Janeiro chegou
com mala e cuia,
como se diz na gíria carioca,
para onde ir não tinha
e até teatro foi fazer
seu destino não sabia
mas já estava traçado
a Marinha o esperava
de braços abertos
a Esquadra o abrigou
e lá muita coisa mudou
aprendeu mas não se assustou
voltar não podia
já tinha crescido e ainda não sabia
Nossa Senhora da Glória, na Tijuca,
para conhecer a sua outra parte,
pra compor e dar sentido Marina chegou,
sossegar jamais,
em Ladário foi morar
mas não fazia sentido ficar
e de lá com Danilo voltou.
Nas falanges e digitais encontrou prazer
e poesia foi fazer
tinha histórias pra contar
que não eram da carochinha
na Bahia chegou para uma temporada ficar,
gostou e ficou.
Itapagipe e Arembepe, terra melhor não há
na Lapa do Bom Jesus teve abrigo
a sangria tinha que controlar
mas Marina não podia
e para Salvador tinha que voltar
mas Colatina ainda é o seu lugar.
Vai para ver se ainda há
irmãos, amigos e vizinhos do menino Copo
que nunca foi sujo
mas ao apelido incorporou.
Vá, grande amigo, mas volte,
a Bahia te espera mesmo sendo Vitória.
Você aqui foi "adotado" e de filho postiço chamado
na terra de JORGE, igualmente AMADO."
Do seu "quase" AMIGO
Celso
Copo Sujo: apelido da minha infância, tão bem explorado por alguém que não a viveu comigo, mas que soube tão bem, retratá-lo, para a minha imensa e grata satisfação.