Asas quebradas
Ó vida malvada!
No pó desta estrada tanto ensaio já fiz
Tentando aprender-te
Quase não acho mais graça
Em tudo o que eu faça
Como posso ser feliz?
Cadê minhas estrelas
Quase já não posso mais vê-las
Rabisco um papel, traço uma lua
Depois como uma curva traço um céu
Mas ele está cinzento
Como me vejo por dentro
Desenho então o chão
Trilho meu caminho
O mundo está frio
Onde está a emoção?
Se não posso voar
Como as alturas enfrentar!
Tanta gente vem tentando
Tirar os pés da terra
Acabo igual a eles despencando
De tanto querer lá em cima chegar
Sou um ser de matéria inacabada
Sou como um pássaro ferido
Porque já não consigo planar
Tenho minhas asas quebradas.
Dedicado a Claudia Assaf, amada filha.
(Musicado)