5 anos

5 anos não são 5 dias, nem 5 meses.

8 meses engatinharam pra mim até a decisão

para ti, só 2 e eu nem tive segunda chance

Nem mesmo a amizade quis levar adiante.

Quer por respeito, quer por pena, por amor,

este que não creio ter acabado tão logo

Será que fui eu frígida? Fria? Fraca?

Ou, ao contrário, fui demasiado voraz?

O fato é que perdemos tempo demais pensando em ses e serás

Há interrogações e talvezes demais em nossas frases

Certezas, abstrações e flores de menos

Métricas demais resultando em rimas pobres

Números e datas são, em contrapartida, tão importantes

que a intensidade dos momentos as vezes se despercebe

Perceba! Olha eu aqui prostada de novo a te olhar

Feito boba admirando e seguindo tuas pegadas na areia

Feito criança que não sabe o que é sexo e seus brinquedos

Ou feito tu, que te negaste a os descobrir comigo

Podias ter sido o tão solene e atroz primeiro

Mas preferiu, ardiloso, ser o único e ser tão vil

e se fazer bonzinho e se fazer despedida

E este mesmo tempo que outrora perdíamos

destilando risadas um entre o outro

torna-se agora sábio aliado a unir as distâncias

para trazer de volta o que jamais levara de fato

E eis que te vejo feliz e contente

A desfilar de mãos dadas teu novo amor

Ainda vejo tanto de mim nesses olhos verdes

E no sorriso largo que irrompe ao me ver

Boa noite, durma com os anjos e sonha comigo

No bom espanhol seria talvez "Bolas Noches"

O que sinto agora não é só nostalgia

Te amo como sempre, como nunca.

26.11.2013