Antonio Conselheiro e o Belo Monte
Conselheiro quis mudar
A cultura do sertão
Perto do vaza-barris
Fundara lindo rincão
Belo monte representa
A terra da promissão
Canudos uma utopia
Do pequenito roceiro
Lugarejo transformado
Num reduto prazenteiro
O sonho de um povo pobre
E também de conselheiro
Dessa luta sem igual
Ficou bastante pesares
O governo massacrou
Pequenos familiares
Levando a grande chacina
Muitos jovens militares
Centenas de proletários
Sofreram grande tormento
Conselheiro como líder
Esquentava o movimento
Belo Monte transformou-se
Num velho palco sangrento
Em volta de Conselheiro
Tinha grande multidão
Vindo o negro fugitivo
Da fazenda do patrão
Procurava Belo Monte
Como única salvação
Belo Monte consagrou-se
Em verdadeira assembleia
Conselheiro como chefe
Dominava a patuléia
Depois a mesma escrevia
Com sangue a sua epopeia
(Para o generoso Euclides)
Conselheiro não foi nada
Numa linguagem barroca
fez diatribe pesada
Mostrando que aquela gente
tinha que ser derrotada
Belo Monte não morreu
Nem ficou como lendário
Representa a resistência
Do camponês solidário
A luta de Conselheiro
Pelo nosso proletário