Para Camões
Fixo aqui meus versos ao poeta.
Morre o artista e fica a obra
Eterna no silêncio envolvida
Nas veredas espectrais do conhecimento.
Onde estiver a obra
Esta o poeta na estrela da tarde
No horizonte da vocábulo,
Dos meus aforismos vãos,
Das esperanças perdidas
Flâmulas da saudade.
Estou na varanda do orbe
Esperando a segunda morte
Na atmosfera noturna
Do paraíso atemporal
Dos insanos e seus versos
Como quem ainda ama.
Ainda estou no que paira
entre o coração e a saudade
No gemido das alcovas
Na eterna chuva
Num perdido temporal
Amaldiçoado sem esperança.
E o tempo cobra caro
Pelos meus versos,
Afundados na minha cova
Antes da minha consumisão
Ainda que tardia no esquecimento.
Quando morre o verso
Todos morrem também
No nascimento atemporal
Do poeta genial
O poeta, Leão dos lusos
Mas que num canto qualquer
Descansa um verso de sua vida.
Não quero te escrever
Ó Luiz de Camões do Brasil
Do verde vale azul de Portugal.
Herr Doktor