Para Camões

Fixo aqui meus versos ao poeta.

Morre o artista e fica a obra

Eterna no silêncio envolvida

Nas veredas espectrais do conhecimento.

Onde estiver a obra

Esta o poeta na estrela da tarde

No horizonte da vocábulo,

Dos meus aforismos vãos,

Das esperanças perdidas

Flâmulas da saudade.

Estou na varanda do orbe

Esperando a segunda morte

Na atmosfera noturna

Do paraíso atemporal

Dos insanos e seus versos

Como quem ainda ama.

Ainda estou no que paira

entre o coração e a saudade

No gemido das alcovas

Na eterna chuva

Num perdido temporal

Amaldiçoado sem esperança.

E o tempo cobra caro

Pelos meus versos,

Afundados na minha cova

Antes da minha consumisão

Ainda que tardia no esquecimento.

Quando morre o verso

Todos morrem também

No nascimento atemporal

Do poeta genial

O poeta, Leão dos lusos

Mas que num canto qualquer

Descansa um verso de sua vida.

Não quero te escrever

Ó Luiz de Camões do Brasil

Do verde vale azul de Portugal.

Herr Doktor

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 20/04/2007
Reeditado em 30/09/2008
Código do texto: T456894
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