Homenagem a Castro Alves
Da mocidade me rio
da morte vivo a zombar,
da sorte sem me assombrar,
neste negreiro navio,
Minha voz d'África soa
clamando pelo meu Deus,
por que te esconde dos teus?
meu grito há muito que ecoa.
Senhor! Deus dos desgraçados!
retrata o poeta a dor,
que causa tanto terror,
naqueles desesperados.
Que por trajar pele escura,
sua liberdade é tirada,
a alma também têm negada,
a vida é uma tortura.
Espumas desse mentor,
flutuantes o encantaram,
"Os escravos" lhe tardaram,
com os "Hinos do Equador"
E semelhante a um astro,
como uma estrela cadente,
num instante, de repente,
entra e sai da cena o Castro.
Com felicidade extrema,
as homenagens, os salves,
ao poeta Castro Alves
dedico neste poema.