Manel: o barbeiro do Itajuru
A que saudades de Manel,
O barbeiro de grande coração,
Que pulava e desfilava no carnaval
Pela nação imperiana do bairro do Itajuru com maior emoção.
A sinuca era sua maior diversão,
Quando tinha tempo dava uma escapadinha da barbearia.
Manel um mestre para o seu filho e a todos em sua profissão.
A tesoura, o secador, o creme, o talco, a água, a navalha, o pente
E toalha eram os seus instrumentos de sua simplicidade.
Flamenguista de primeira,
Não fugia de nenhum corte,
Pois sempre tinha uma carta na mesa.
Tinha um defeito, que era fumar
Quase o dia inteiro,
Sempre ou às vezes acompanhado por um cafezinho
O seu ato libertino de fumar.
Na barbearia causos do Itajuru são contados
Por pessoas folclóricas do bairro ou não,
Sempre aos ouvidos e aos olhos atentos
Dos fregueses e claro do saudoso Manel, o barbeiro.
Quando eu ia na barbearia
Ele cumprimentava
Me chamando de flamenguista
E o mesmo eu fazia.
Lá quando minha vez chegava,
Sasá passava pela barbearia
E dizia: -Manel raspa todo o cabelo de Cocada!
E eu ria de alegria na barbearia.
Assim ficam os versos, as estrofes e o momento
Desse poeta cabo-friense e brasileiro
Em forma de homenagem a esse grande barbeiro,
que nos deixou pela imprudência de outro barbeiro.
a que saudades de Manel,
O barbeiro de grande coração,
Que pulava e desfilava no carnaval
Pela nação imperiana do bairro do Itajuru
com maior emoção.
(Rodrigo Octavio Pereira de Andrade)
Poesia publicada no Jornal de Sábado de Cabo Frio-RJ.