AMOR(A)

Tuas costas à mostra me suscitam amostras: amadeiradas com tons de Amora.

Que tu vá, mas retorna.

Não demora! Amora.

Escorre da boca a saliva, ora!

Meus lábios serrados, antes secos, do passado repicado, agora te pedem penhora,

Doce Amora...

Do suor delicado,

Da pele apessegada,

Da beleza rasgada,

Do físico esguio,

Que na ausência traz o frio; na saudade arrepio.

Tuas folhas, antes presas ao chão rastejante, colaram no meu All’star surrado...

Constante, tu me segue, mesmo parado...delirante!

Estacionado, enquanto me adoço com teu suco rubro,

Pingado,

Não fujo,

Tinjo sobre a sola o tecido velho, branco.

E, num passo e outro, o vento me veste com teu odor,

Amor(a).

Demétrio Peixoto
Enviado por Demétrio Peixoto em 04/10/2013
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