A UM POETA ( NO DIA 7 DE SETEMBRO)
A UM POETA (NO DIA 7 DE SETEMBRO)
Ele era um gênio
Que fazia os versos borbulharem,
Eu uma lâmpada apagada
Que faço as letras ofuscarem.
Ele era jovem e elegante
Por quem as moçoilas suspiravam,
Eu um decrépito fora de moda,
Cujos versos as pessoas nem cantavam.
Ele com seus versos libertou irmãos
Cuja cor e cujo sangue derramavam
Nas senzalas do tempo
Onde os senhores de engenho mandavam,
Eu uma escória destes senhores
Que levam a Pátria ao vexame,
Entregando-se ao vandalismo
E a ampla corrupção,
Das abelhas sem mel, em enxame.
Somos iguais porém no sofrimento
Da doença que traz tormento
À alma que sofre calada
E apenas espera o fim de sua estrada.
Ambos somos ANTONIO.