A UM POETA ( NO DIA 7 DE SETEMBRO)

A UM POETA (NO DIA 7 DE SETEMBRO)

Ele era um gênio

Que fazia os versos borbulharem,

Eu uma lâmpada apagada

Que faço as letras ofuscarem.

Ele era jovem e elegante

Por quem as moçoilas suspiravam,

Eu um decrépito fora de moda,

Cujos versos as pessoas nem cantavam.

Ele com seus versos libertou irmãos

Cuja cor e cujo sangue derramavam

Nas senzalas do tempo

Onde os senhores de engenho mandavam,

Eu uma escória destes senhores

Que levam a Pátria ao vexame,

Entregando-se ao vandalismo

E a ampla corrupção,

Das abelhas sem mel, em enxame.

Somos iguais porém no sofrimento

Da doença que traz tormento

À alma que sofre calada

E apenas espera o fim de sua estrada.

Ambos somos ANTONIO.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 07/09/2013
Reeditado em 07/09/2013
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