Hora Certa Somente é o Buscar

    Meu coração dilacerado juntando os cacos para se remontar, teu adeus punhal afiado, só deixou chagas onde jazia um sonhar, esta bossa é assim, uma ode ao meu buscar, permeado de tantos lamentos e com hora marcada pra recomeçar;

    Preciso de um sorrateiro recomeço astuto e breve pra estancar o meu sangrar, a solidão me reverte ao avesso, lugar onde assola um cansado ansiar, me reencontro com meus remotos medos, menina sem colo nas vielas do amar;

    Por qual trilha fugasses acalento?, tantas palavras perdidas no ar, sonhos agora dormindo ao relento, para aplacar as dores o verbo é cantar, a bossa será meu salutar sustento, meu estímulo certo contra o fraquejar;

    Meu violão cansado já implora uma folga com o dedilhar, melodias amenizam a demora que já muito cansa o meu esperar, cordas sem qualquer dengo e vestígios de alento ressoam meu esperançar;

    Em qual nota surgirás novamente, amor certo venha me buscar,se não vier tão logo desafino e o dó entranha o meu só cantar;

    E por não saber ao certo o tempo que ainda eu hei de vagar, com um violão companheiro aflito, compus a bossa singelo sonhar, permeada de tantos lamentos com hora certa somente é o buscar;

    Esta bossa é assim, uma ode ao meu buscar, permeado de tantos lamentos e com hora marcada pra recomeçar.


    Dedico a Ana Maria Avelino que com seus dedilhares aflitos jamais desiste do verbo buscar!
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 30/08/2013
Reeditado em 30/08/2013
Código do texto: T4459295
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