Maninha Miracir, te fito
Maninha Miracir, te fito, como se dormindo estejas
Mas qual! É aquele sono eterno
Que, para que nesse sono chegasses
Muito sofreste, na expressão verdadeira,
Foram horas e mais horas
Somente dores sem alívio algum
Até que nenhum gemido saísse
Desprendeu-se o teu espírito da matéria
Ficando no todo de teu ser
Integralmente belo e jovem
A frieza tão fria, sem nada igual.
Assisti o teu real calvário
Ainda, no auge de tuas dores
Forças tiveste para me cobrir de beijos
Foste anjo e, sei, continuas sendo.
Provaste ser boa, nos teus somente vinte anos
Melhor do que eu, tenho certeza.
Quedo-me, pois, a reviver momentos
Alimento-me de saudades tuas
Aguardo, ansiosa, o nosso reencontro
Nele, almejo a presença de teu afilhado
O Giovanni, o meu primogênito.
Desfrutaremos de todas as belezas
Belas, mais belas do que as daqui.
No decorrer de tua vida terrena
Tiveste a pobreza impiedosa
Acompanhada de fome física
Também, de sofrimento espiritual
Querias a felicidade real
Para si e para todos nós
Mas a incompetência deles foi o marco
Da interrupção de tua vida terrena.
Batalha – Piauí, 21/12/2009
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Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Poemas Sem Título para Maria Miracir Aires de Carvalho", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2012 (Páginas 07 e 08).
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