Descansa, Poeta!…
Ó, descansa poeta!
Tudo que há na noite adormeceu
Co'a música d'Orfeu,
Ao mavioso som de sua lira!
Descansa trovador,
Intrépido mortal, visionário
Ou sábio milenário,
"Nauta ousado dos mares do porvir"!
A insônia agonizante
Arde na tua fronte fatigada
E p'lo tempo sulcada
Por viveres, quiçá pendido aos livros?!
Descansa, pensador!
Sossega tu'alma p'ra ela se erguer
Num novo amanhecer,
Qual fênix que das cinzas renasceu!
Basta de teimosia!
Guarda contigo os versos do porvir!
São horas de dormir
Na "incessante harmonia do universo"!