Triângulo (para Margot e William)

Ai meu São Paulo, tem dó!

Arruma um trem doido e capeta

que passe no Paraná,

pegue outra doida lá

(aquela da borboleta)

e me passe aqui na esquina.

Boto chapéu e botina,

e seguimos pras Gerais.

E lá, não precisa mais.

Pegamos um certo mineiro

(não, não é o primeiro,

é aquele do dragão).

Sentaremos na calçada;

explodirá como um vulcão

toda a prosa represada

- que a poesia, bem ou mal,

já anda encaminhada.

Ah, meu São Paulo, que trem bão!

Passaremos a madrugada

com cerveja e pão de queijo,

com muito abraço e beijo

nos agora reais amigos -

rolando de dar risada,

uma coisa de maluco...

e, finalmente, realizada,

aprenderei a jogar truco.