Uma metáfora chamada mulher
É o vento que sopra na ladeira.
A brasa viva que incendeia a lareira.
O vasto vale de grama verde e aroma
de jasmim beliscado pelo beija-flor.
É o preto, o branco e a mistura de muitas cores.
A voz da sereia, o encanto do mar
revolto e o gosto de mil sabores.
É a curva e reta; côncavo e convexo.
O fácil e o complexo; o frio e o quente,
que espanta as velhas dores.
É a doença e a cura, a doce valsa que o sal mistura.
Areia branca, céu azul, pedra sobre pedra e mistério incomum.
Metáfora...
Mulher pra quem o tempo dei.
Chamada mulher, pura metáfora.
Mulher e metáfora, e por ela me apaixonei.