Anjo
Não há o que temer, Anjo
Tuas belas asas são grandes és para enfrentar o perigo
Se as mãos dos homens são cheias de calos, é por causa das ataduras
Mas eles são inofensivos. Mesmo que as vezes pareçam cruéis
Saiba que isso é apenas medo, assim como tu
Olhe para o céu e veja as estrelas
Contei todas elas, como tu havia me pedido
Um dia tu me verás
Um dia tu verás que eu estive sempre aqui
Talvez tu me encontre, num barzinho desses de esquina
E eu não te reconheça, mesmo que tu sorria para mim
Me leve pra voar contigo então, mas não muito alto, tenho medo de altura
Nossas vidas são tão diferentes agora, eu sei
Mas elas andam lado á lado. Esperando o próximo ônibus errado