***Á MINHA MÃE***

De repente uma mão suave toca meu rosto,

Com carinho vai delineando o contorno facial E o meu coração com um profundo desgosto

Bem que tenta, mas não consegue entender

Antes, as mãos eram calejadas por toda lida

Agora tão leves e finíssimas como a um papel

Há melancolia, minha alma que chora pelos teus filhos...

Depois de tudo, do abandono e do descaso tão cruel!

Eu falo da minha mamãezinha, uma eterna guerreira

Que ao longo desta vida á todos teus filhos foi só amor

No entanto, hoje só tem a mim como uma companheira

Que rogo a Deus que um dia lhe retire esta tamanha dor!

Sentada numa simples cadeira de rodas,

Avistando ao longe no nada o tudo passar

Atualmente com este mundo de modas...

Nem compreende mais o verbo do amar!

Às vezes, a pego enxugando as lágrimas

Como uma pura criança que tudo perdeu

Por isso me dói tanto nestas minhas rimas

Contar a missão que esta vida me sucedeu!

Mãe toda carinhosa de oito filhos,

Quatro homens e quatro mulheres

No vil desandar da vida dos trilhos

Conheceu ardilosamente os filhos ereges!

Nosso Deus levou uma das filhas dela

Depois de oito meses levou o meu pai

E a vida de mamãe que era de cinderela

Aos pouquinhos, lentamente se esvai!

A família que era tão bonita e grande, logo se dividiu...

Cada um foi cuidar de si, vivendo para um outro canto

Inacreditavelmente assemelhavam a um cristal que se partiu

Deixando a minha mãe sozinha e pela vida sem mais encanto!

As suas pernas já estavam atrofiadas

E sem ter mais a quaisquer esperança

Ela se entregou-se á artrose, uma doença

Sentindo-se agora fraca e sem confiança!

Chorando coloquei os meus joelhos ao chão...

E pedi ao nosso Deus criador muita sabedoria,

Pois, sentia no coração chegada a triste hora

De ser a mãe, de quem foi minha mãe um dia!

Embora a cadeira de rodas seja teu trono,

Eu a vejo a cada dia mais amiga e intensa,

Tal qual as flores raríssimas do nosso outono

Que vão surgindo em meio ás folhas tão densas!

No dia onze de maio, dois anos e meio se completaram

Que eu comecei a cuidar sozinha da minha mamãezinha

Dos outros filhos, apenas um de vez em quando a visita

Reconhecendo ser tua mãe, mais para mim ela é Rainha!

Mãe eu te amo e agradeço a Deus por ter a mim

designado esta missão, nestas palavras não tem

beleza, apenas tem o que me vai na alma e coração...

Mãe, pode ter a mais plena certeza que nunca nesta

vida viverás num asilo, ou em abandono, porque enquanto

eu respirar neste mundo, jamais te deixarei na mão!

UM FELIZ DIA DAS MÃES...

Amiga inimitada...

Meu anjo idolatrado...

Até o fim dos dias meus!

Da sua filha

Irlene Chagas

Agora entendo muito bem o que dizia quando era vivo o papai:

"Uma mãe cria dez filhos, mas, dez filhos não cuida de uma mãe"

OBS.: Esta é uma história verídica...Minha mãe se chama

Antonia, e no dia 11 de maio completou 80 anos...

Irlene Chagas
Enviado por Irlene Chagas em 13/05/2013
Reeditado em 14/05/2013
Código do texto: T4289164
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