Aquela: mãe
Aquela que me conhece:
sim, ela que realmente me conhece.
Ela quem me aguentou,
aturou-me, amou-me.
Aquela que me amou, me ama...
é ela que não procede
pelo sentimentalismo, ama-me mesmo na frivolidade.
É ela quem me conhece
quando recém acordo,
quando reclamo, quando não gosto...
é ela quem me conhece no meu vil,
no meu pior - no meu eu mesmo de ser.
É ela que está perto,
ela que convive comigo;
é ela que me vê reclamando,
não gostando, chateando, sendo infantil.
É ela quem me ama mesmo assim:
por isto é amor, pois perdoa mesmo sendo quem sou.
Ela quem não me abortou:
pariu-me; e me reteve por nove meses.
Ela quem me segurou no colo
mesmo tendo as costas machucadas.
Ela quem me deu de mamar,
ouviu minha primeira palavra,
e viu meus primeiros passos.
Foi ela quem comprou meu primeiro brinquedo,
que me viu nas primeiras velinhas,
que me bateu quando aprontei,
que me buscou na escola - e levou -,
que fez comida todo dia,
que me acordou,
que me sinou, ensinou, me responsabilizou,
que enxugou minhas lágrimas,
que me deu dinheiro para comprar bala,
que correu atrás de mim,
que chorou quando cheguei tarde,
que ficou nervosa, triste, raivosa,
feliz, alegre, regozijante,
aguentou maus tratos por mim;
foi ela quem me assistiu, me viu, lisonjeou-me;
ela que me ajudou no primeiro emprego,
no primeiro dia de escola,
na primeira briga com os coleguinhas;
ela que me disciplinou, me ensinou,
com a vara do amor, e com a palmatória do carinho e zelo.
Ela que não me deixou correr desprotegido,
no frio, para que não me resfriasse.ela que me ensinou a amarrar o cadarço
e a pentear o cabelo,
ela que me pôs no mundo, e valorizou-me mais e mais.
Ela quem exclamou: mais uma criança veio ao mundo,
eis que um filho me foi dado, foi-me gerado!
E agora tenho regozijo, agora tenho um pedaço de mim!
Foi ela quem me concebeu em iniquidade,
e em iniquidade fui concebido por minha mãe.
Foi ela a mulher que me amou, e me ama.
Mãe: o maior trabalho.
Mãe: o melhor emprego.
Maternidade: o mais precioso e valioso
privilégio para uma mulher.
Cuida dos teus, ama os seus,
dá de viver, dá de cuidar, ensina, ama.
É ela quem verdadeiramente me conhece:
sem máscaras, no dia a dia,
comigo sendo quem sou no meu eu mesmo.
É que quem realmente sabe quem sou:
não finjo, não modero, sou eu, eu sou, eu mesmo meu.
Mãe, conhece-me e, mesmo assim, ama-me.
Cuida dos seus, ama os teus - mãe que é mãe, ama.
'Aquarela' não, e sim aquela:
mãe, tão preciosa, tão valiosa.
"Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa;
Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra."
(Efésios 6:1-3)
Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Altíssimo.
[12/05/13]