Madalena!
Na pele morena as rugas
Marcas de sabedoria.
Nos cabelos perfumados, um ou outro brancos
Sinal da bravura dos 70 anos
Parece-me invencível.
Nos olhos cor de jabuticaba
O brilho igual da onça
Faceira, seu corpo firme, suas penas torneadas.
Imagino o quanto não eras bela
No desabrochar da juventude.
Bebo com avidez seus conhecimentos
Lamento o atraso, porém estamos a nos tocar.
Você no meu coração e eu querendo me aninhar
No teu colo acolhedor, ser tua netinha
Herdeira dos muitos ensinamentos da vida
Sangue indígena, devoção cigana,
Só agora percebo de onde vem minha inquietação
Vontade de ser livre e corre o mundo
Madalena! Minha jovem indiazinha vejo-a eternizada.
No romance Iracema de José de Alencar.