Minha Terra
Nasci na Aldeia em transformação. Sou pós-Brigitte, mas também andei de pés no chão. Pulei do cais, estudei no Botas, puxei rede de arrastão.
Comprei roupas novas pra festejar com Sant'Anna, joguei furinguinho de gato, e até fui padre em procissão.
Passei tardes na Casa da Paz, pulei muro pra roubar goiaba; conheci Índio, Mingolo, Albano, Seu Augusto, Dedeco, Jabinha e muitos mais.
Catei cambuí, lafei de istra pra tifren, andei a cavalo, desfrutei de certa paz.
Minha mãe dormia com as janelas escancaradas ao léu. A brisa nos refrescava e o teto se emendava com o céu. Comi amêndoas, das amendoeiras da praça central; e em noites enfestadas de mosquitos, sobre a cama estava o véu.
Cresci na Assembleia, luz maior na rua mais famosa. Sou filho da terra, dessa Búzios mui famosa. E com ela eu cresço, aprendo, vou levando esta vida tão ditosa.