COR DE CINZA

Ao meu amigo Edson Siolli (Draggão - 03/03/2013)

26/03/2013

Estou a horas inventando o que fazer para preencher esse vazio

Que desde o momento em que você partiu invadiu o meu ser

Sem pedir licença ou informar por quanto tempo estará em mim

Como se eu fosse uma terra qualquer e ele participante do MST.

Olho sites que gosto, vejo algum filme na net, folheio uma revista,

Separo um livro, pego o material de trabalho, ligo o som, ligo a TV,

Desligo o som porque passa uma música que você amava cantar

E eu percebo que nada irá me distrair a ponto de consigo esquecer.

“Está tudo cinza sem você!” Se isso é refrão de música eu não sei ao certo.

Mas é assim que vejo tudo a minha volta agora: cinza, a cor do vazio.

A impressão que tenho é que arrancaram as cores das coisas e as deixaram

Desnudas de seu conteúdo, sua essência, como se o fogo estivesse com frio.

É assim que me sinto cada vez que lembro da figura que foste outrora

Pois relembrar a vida na sua versão alegre, ousada e incrivelmente forte

Deixa-me ainda mais triste, sem graça, ciente da nossa fragilidade

Mesmo gigantes perdem as forças e cansados são vencidos pela morte.

Foi uma surpresa amarga que deixou em minha boca um gosto insosso

O mesmo sabor das minhas lágrimas contidas há anos pelos sorrisos teus

E em tudo isso a minha maior queixa, o que realmente dilacera meu peito

É que não me deste o prazer de olhar-te nos olhos e sorrindo dizer adeus.

Patricia Teixeira
Enviado por Patricia Teixeira em 26/03/2013
Reeditado em 26/03/2013
Código do texto: T4209331
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.