COR DE CINZA
Ao meu amigo Edson Siolli (Draggão - 03/03/2013)
26/03/2013
Estou a horas inventando o que fazer para preencher esse vazio
Que desde o momento em que você partiu invadiu o meu ser
Sem pedir licença ou informar por quanto tempo estará em mim
Como se eu fosse uma terra qualquer e ele participante do MST.
Olho sites que gosto, vejo algum filme na net, folheio uma revista,
Separo um livro, pego o material de trabalho, ligo o som, ligo a TV,
Desligo o som porque passa uma música que você amava cantar
E eu percebo que nada irá me distrair a ponto de consigo esquecer.
“Está tudo cinza sem você!” Se isso é refrão de música eu não sei ao certo.
Mas é assim que vejo tudo a minha volta agora: cinza, a cor do vazio.
A impressão que tenho é que arrancaram as cores das coisas e as deixaram
Desnudas de seu conteúdo, sua essência, como se o fogo estivesse com frio.
É assim que me sinto cada vez que lembro da figura que foste outrora
Pois relembrar a vida na sua versão alegre, ousada e incrivelmente forte
Deixa-me ainda mais triste, sem graça, ciente da nossa fragilidade
Mesmo gigantes perdem as forças e cansados são vencidos pela morte.
Foi uma surpresa amarga que deixou em minha boca um gosto insosso
O mesmo sabor das minhas lágrimas contidas há anos pelos sorrisos teus
E em tudo isso a minha maior queixa, o que realmente dilacera meu peito
É que não me deste o prazer de olhar-te nos olhos e sorrindo dizer adeus.