Ao mês de março
Mês de março é um exagero!
Por que tantos dias se a quantidade de dias é praticamente igual em todos os meses?
Até a arrumação do calendário é uma coisa chocante! É como se formatassem o mês.
Voul lá!
Pegue 31 dias(nem mais e nem menos – por favor!), coloque dentro de um quadrado não muito perfeito.
Divida em quadrinhos tão imperfeito quanto a base.
Salpique dias intermináveis por praticamente todo o espaço
( a ocupação será praticamente 100% de imperfeição/perfeita).
Desespere-se,
alucine-se e
percorra utilizando-se de vinte e quatro horas intermináveis e intermitentes,
os dias que se seguem rasgando aos poucos com o que há em você.
Desaloje-se de seu local comum e
VIVA esses mínimos trinta e um dias:
VIVA!
VIVA!
Saudação, louvor ou glória?
Impossível determinar!
O mês de março além de interminável e indescritível!
Aos dezoito dias de um mês que nunca mais vai acabar
ele já está recebendo um texto.
Como contestar Chico Buarque?
“São as águas de março!”
Mas que águas correm?
Que molhar é esse que provoca?
Que afogamentos são esses que instala?
Água: fonte da vida e necessidade inquestionável! Março!
O traço perfeito e a umidade necessária.
Março!
Linguajar isento de diagnósticos e previsões. Março.