ODE AO AZEVEDO

Vejo uma lágrima de mulher

Vejo o fim de um romance

Vejo o mulato a caminhar

Tentando entender os mistérios da Tijuca

Nas girândolas de amores vejo enlouquecer

Revirando memórias de um condenado

E desejando a condessa Vésper

Parado no quarto de uma casa de pensão

De Filomena Borges, o homem dentro do cortiço.

O coruja vigia a mortalha de Alzira

E luta contra seus demônios interiores

Vejo o mulato a ler o livro de uma sogra.

Me vejo no Japão em cima de um touro negro

Viajo nesses romances, contos, crônicas e espitolários.

Todos na casa de Orates são os doidos

Ah minha flor de lis me pego em flagrante delírio

A república é um caso de adultério

Que ficou somente no esqueleto

Prefiro seus venenos que curam.

24fev13 16:08 Itair

ITAIR
Enviado por ITAIR em 26/02/2013
Reeditado em 04/10/2017
Código do texto: T4159842
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