ODE AO AZEVEDO
Vejo uma lágrima de mulher
Vejo o fim de um romance
Vejo o mulato a caminhar
Tentando entender os mistérios da Tijuca
Nas girândolas de amores vejo enlouquecer
Revirando memórias de um condenado
E desejando a condessa Vésper
Parado no quarto de uma casa de pensão
De Filomena Borges, o homem dentro do cortiço.
O coruja vigia a mortalha de Alzira
E luta contra seus demônios interiores
Vejo o mulato a ler o livro de uma sogra.
Me vejo no Japão em cima de um touro negro
Viajo nesses romances, contos, crônicas e espitolários.
Todos na casa de Orates são os doidos
Ah minha flor de lis me pego em flagrante delírio
A república é um caso de adultério
Que ficou somente no esqueleto
Prefiro seus venenos que curam.
24fev13 16:08 Itair