Anjo torto
Anjo torto,
Beija-flor solto
Por entre jardins...
Rei sem coroa,
Tua alma boa
Lembra-me dos querubins.
Anjo sem asas
De poesias profanadas
pelos desejos da carne.
Teu verso é água que insiste
em perfurar rochas cristalizadas...
E disso tua alma sabe.
Tal qual um caçador,
não desistes de tuas presas...
É como se teu eu te dividisse
em desejo, amizade e amor.
Mas, sempre serás em toda parte,
Como tu mesmo te definiste,
Um príncipe às avessas.