MARIA BENZEDEIRA

Velhinha arqueada

Com cabelos em coque

Olhar camarada

E um bondoso toque

Pega seu terço

E benze com fé

Criança de berço

Ou menino de pé

Num cômodo mora

Lá na favela

Conforto a ignora

A luz é de vela

Para mim é recanto

Não quero sair

Nesse seu canto

Sinto o bem vir

A dona Maria

Ensina o sim

Como eu queria

Roubá-la pra mim

A ganância que prostra

Na gente se esvai

Ela é uma amostra

Da glória do Pai