Ao meu crítico lua
Meu crítico lunático tem quatro fases,
Como definirei sua postura, em teses;
Tomando seu valor, aliás, como bases,
Nem diria que elas são fases, são fezes;
Quando nova, como a lua, não aparece,
Em estranhos recintos ele se acomoda;
Nenhum valor seu, jamais nos oferece,
Nada ele planta, contudo, sempre poda;
Crescente, pois, apenas sua petulância,
De achar que sem ele, o mundo não gira;
Rebate o não dito, rebater é sua ânsia,
Impõe-nos, os defeitos, e depois ele tira;
Se o escrito é tal, que não pode entortar,
Não diz, muito bem, mas, queda distante;
Como polir quem só aprendeu a quebrar?
Sem onda pra sua prancha, é minguante;
Se nos pegar numa expressão ambígua,
Prato farto, que delícia, eis a lua cheia!
todas suas setas a uma mancha exígua,
eis a lua plena, exibida, com luz alheia;
Me acha no blog, revista, devo ser lume,
Como se fosse meu marcador no futebol;
Preside as marés da inveja e do ciúme,
Se exibe à terra, sempre à custa do sol...